sábado, 11 de março de 2017

Erdogan e Putin defendem integralidade territorial da Síria


Os presidentes da Rússia e da Turquia, Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan, apelaram hoje ao reforço da cooperação militar e à preservação da integridade territorial da Síria como condição para a resolução do conflito no país do Médio Oriente.
"O princípio da integridade territorial dos Estados deve ser respeitado. Nesse sentido, o restabelecimento da integridade territorial da Síria é condição indispensável para a resolução da crise", disse Putin no decurso de uma conferência de imprensa conjunta no Kremlin.
Putin assegurou que a coordenação das ações militares da Rússia, Turquia e Irão tem permitido que "a trégua na Síria seja respeitada na generalidade", com uma "redução assinalável do nível de violência".
No entanto, ao ser questionado sobre se Moscovo e Ancara partilham a ideia de que a Síria e Iraque devem ser preservados nas atuais fronteiras, Putin aludiu à "complexa situação" e "contradições" nas conversações de paz sírias.
A Turquia e a Rússia copatrocinaram em dezembro um cessar-fogo que contribuiu para a redução da escalada do conflito entre as forças do Presidente sírio Bashar al-Assad e da oposição. Promoveram ainda duas rondas de conversações em 2017 entre o Governo de Assad e os seus rivais. Para a semana está prevista uma terceira ronda de negociações.
Ao receber em Moscovo o seu homólogo turco, no início das conversações com Erdogan centradas na situação na Síria, Putin elogiou as fortes relações entre os militares russos e turcos.
A Rússia e a Turquia também têm coordenado as suas operações contra o grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) na Síria. Em janeiro, um 'raide' aéreo russo matou acidentalmente três soldados turcos, mas o incidente não comprometeu a cooperação militar.
Após o encontro com Erdogan no Kremlin, Putin enalteceu o "estreito e eficiente contacto" entre os militares e serviços de informações dos dois países em torno da Síria.
Disse ainda que a Rússia e a Turquia são os países "que mais têm contribuído não apenas para garantir um cessar-fogo entre as forças governamentais sírias e a oposição armada, mas ainda em iniciar conversações diretas, concretas" entre as partes.
Por sua vez, Erdogan também advogou pela manutenção da integridade territorial da Síria, e quando a Turquia tem manifestado total oposição a criação de uma zona de autonomia curda no norte do país, como sucede no vizinho Iraque, e assegurou que o seu país e a Rússia também pretendem "cooperar com as forças da coligação", lideradas pelos Estados Unidos.
No início desta semana, responsáveis militares da Rússia, Estados Unidos e Turquia reuniram-se na cidade turca de Antalya numa aparente tentativa em adotar medidas adicionais para impedir futuras mortes acidentais que envolvam as suas tropas no terreno.
As conversações também se focalizaram no reforço da confiança mútua entre as forças da oposição síria apoiadas pelos turcos, as forças curdas assistidas pelos Estados Unidos e as forças do Governo de Damasco, um aliado da Rússia, e quando todas convergem em direção a Raqqa, o principal bastião do EI na Síria.
Putin agendou para esta tarde uma reunião do Conselho de Segurança, onde têm assento os responsáveis máximos das Forças Armadas e dos serviços de informações russos.

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