sexta-feira, 21 de abril de 2017

Força Aérea Israelense ataca bases do Hezbollah em Palmira, na Síria


Como não bastasse as bases do Hezbollah serem atacados diariamente por terrorista e conseguindo repelir todo tipo de avanço do inimigo na última sexta-feira, 17 de março, a Força Aérea Israelense lançou uma ofensiva contra alvos do Hezbollah, na cidade antiga de Palmyra, na Síria. Desde o início da guerra na Síria, há seis anos, Israel tem evitado se envolver no conflito e, embora já tenha desencadeado outras ações contra o vizinho árabe, principalmente nas Colinas de Golã, este foi o confronto mais sério entre os dois países e o primeiro ataque em relação ao qual Israel assumiu a responsabilidade. De acordo com o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a operação teve como objetivo destruir as armas com destino ao Hezbollah. Segundo o Ministro de Defesa Israelense, Avigdor Lieberman, durante as ofensivas, ficou confirmada a presença de armamentos sofisticados destinados aos insurgentes libaneses. O ato provocou uma resposta antiaérea por parte das Forças de Defesa da Síria que chegaram a afirmar que teriam abatido um avião israelense, mas Israel negou esta informação, ao mesmo tempo que as suas autoridades declararam que a segurança tanto da sociedade civil quanto da aviação não foram ameaçadas em nenhum momento. Os meios de comunicação de Israel também informaram que um “míssil foi interceptado ao norte de Jerusalém pelo sistema de defesa antimísseis Arrow”.
O acontecimento, que não está relacionado unicamente com a Síria, produziu efeitos que colocam o Líbano em rota de colisão com os israelenses. Na sequência deste episódio, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, acusou Israel de estar apoiando o Estado Islâmico por meio de ataques aéreos e que aquele país sempre encontra um motivo para intervir no conflito. A relação entre Israel, o Líbano e a Síria é delicada, pelo que um acontecimento desta natureza gera tensões entre os três antigos rivais e colocam em alerta o Irã, principal parceiro de Bashar al-Assad e do Hezbollah que, em caso de necessidade, não negará apoio militar aos seus aliados contra um inimigo comum. A apreensão em torno do ocorrido reside, nomeadamente, no modo em como a situação irá se desenvolver no futuro. Para Lieberman, “Israel não hesitará em destruir” o sistema de defesa aéreo da Síria se o país vizinho disparar mísseis contra as aeronaves israelenses. No entanto, a Rússia, outra aliada da Síria, enviou uma mensagem para Estado israelense alertando que “as regras do jogo mudaram na Síria e a sua liberdade de ação nos céus sírios acabou”. O Embaixador de Israel na Rússia, Gary Koren, foi convocado pelo Ministério da Relações Exteriores russo para uma conversa com o Vice-Ministro, das Relações Exteriores, Mikhail Bogdanov.
As circunstâncias que, no primeiro momento, envolveram diretamente Israel, a Síria e, por extensão, o Líbano uma vez que o Hezbollah é um Estado dentro de um Estado, já ultrapassaram as fronteiras do Oriente Médio. A mediação diplomática, neste momento, será a via mais adequada, pois a hostilidade entre Israel e o Hezbollah é um rastilho de pólvora que ameaça desestabilizar ainda mais a região. O último evento revela algumas alianças formadas a partir da Síria evidenciando como alguns países e as organizações paramilitares estão interligadas e de que modo são capazes de desencadear uma conflagração que se estende para além do seu epicentro, que é a Síria. Neste contexto, a resolução imediata pela via diplomática é fundamental para a Síria e Israel, mas também para o Líbano, para evitar um possível confronto entre o Hezbollah e os israelenses, cujas consequências serão devastadoras para as duas populações mas, principalmente, para a libanesa, uma vez que, segundo informações, a infraestrutura do Hezbollah está dispersa por áreas civis e todas serão consideradas como alvos militares por Israel.
FONTE: CEIRI NewSpaper

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